quinta-feira, 16 de julho de 2009

Cansado...

Estou cansado de ser sempre o culpado
Estou cansado de tanto pedir desculpas
De tanto receber pedidos de desculpas
Estou cansado de dizer: Amo-te!
E receber em troca a indiferença
A desconfiança, o desamor...
Estou cansado de não ser acreditado,
Respeitado, valorizado, entendido, compreendido...
Estou cansado de ser julgado, questionado,
Condenado, absolvido...
Estou cansado de tentar explicar o inexplicável
De evitar o inevitável
Estou cansado de bancar o herói
Tentar sacudir teu pensar
Esconder os problemas debaixo do tapete
Estou cansado de procurar palavras doces,
Melodiosas pra não te magoar, machucar...
Nunca sei a hora que posso falar
Se digo: Não! Era pra ter dito: Sim!
Se digo: Sim! Era pra ter dito: Não!
A recepção é sempre uma incógnita
Estou cansado de tentar adivinhar
Em que momento posso te telefonar
Para não te atrapalhar...
Tenho receio de atender meu celular
Porque sei que tu vais me questionar:
Quem era? Porque mudou o tom da voz?
Era o ex-namorado ou outro vagabundo qualquer?
Estou cansado!
Cansado de ouvir tuas lamúrias
Estou cansado de discutir a relação
E no final saber que tudo é em vão
Estou cansado de fazer amor
Fingir que nada aconteceu
Um taurino outro escorpião
No momento tudo é explosão
Delírio, paixão...
Mas quando o dia amanhece
Novamente tudo acontece
Descobri que vivemos em mundos diferentes
Fora da sintonia: um Am o outro Fm,
Um Online o outro Offline
Estou cansado de promessas feitas e não cumpridas
Será sempre minha culpa e desculpa?
Não tenho culpa de ter percorrido
Tantas estradas nesta vida
Caminhos pedregosos, incertos, sem rumo...
Tantas decepções, pesares, amarguras...
Aprendi, cresci, sofri, amadureci...
Não tenho culpa de ter deixado para trás tantos amores
Paixões fulminantes,
E em cada lugar deixado uma parte de mim.
Tô cansado deste passado sempre presente
Lembrado, martelado... desgastando a gente
Impedindo os planos futuramente
Estou cansado deste maldito baú que carregas
Coisas velhas, mofadas
Discutidas, avaliadas...
Tô cansado de hora marcada
Cansado de calendário
Quero te presentear a qualquer hora
Sem precisar ser uma data especial
Quero quebrar tuas regras
Mudar a agenda desta monotonia
Sei que não sou nenhum poço de virtude
Mas também não sou ambivalente
Apenas sou verdadeiro como qualquer gente
Estou cansado!
Cheguei ao limite
Meu ouvido não é penico
Chegamos ao fim...

Por Ewerton Thaigo

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